A apenas alguns meses da Black Friday 2024 – que acontece dia 29 de
novembro – as expectativas do varejo para a data
são altas. A estimativa é de que o alcance em vendas seja de R$ 7,6 bilhões,
10% maior do que no ano passado, segundo pesquisa da Haus, divulgada em agosto.
A data é um dos momentos mais movimentados e aguardados do calendário, tanto
pelos lojistas quanto pelos consumidores. Uma época tão movimentada como essa
necessita de meses de preparo para que seja
um sucesso. É o que explica Hélcio Lenz, diretor-presidente da América Latina
da Körber Supply Chain Software.
Apesar da intenção de consumo para 2024 – 55% dos brasileiros já
revelaram que pretendem comprar e 43% pretendem gastar mais do que no ano
passado, segundo pesquisa da Dito e Opinion Box, divulgada também em agosto – o
mercado lida com um cenário de consumidores cada vez mais exigentes. Os
resultados da Black Friday de 2023 comprovam isso, já que o faturamento recuou
15,1%, quando comparado com o mesmo período de 2022 – os dados são da
plataforma Hora a Hora, da Confi.Neotrust.
Enquanto os consumidores já estão começando as listas de compras, os
varejistas se preparam (ou pelo menos deveriam) para atender todos os pedidos
com excelência, seja no comércio físico ou on-line. “A Black Friday é, sem
dúvidas, uma das datas mais movimentadas do setor. As expectativas são sempre
altas, as pessoas aguardam novembro para checar as ofertas e comprar diferentes
produtos, de diferentes lojas. Se o negócio não está devidamente preparado para
oferecer uma boa experiência de compra para o consumidor, as consequências
poderão ser sentidas não só durante esse período, como também poderão marcá-lo
negativamente para o resto do ano”, alerta Lenz.
Sejam iniciantes ou veteranos de inúmeras Black Fridays, todos os
varejistas podem se beneficiar das dicas valiosas do especialista, que podem
auxiliar o comércio a passar pela data com sucesso. Confira:
- Tudo começa pelo centro de distribuição: não importa se o armazém é
pequeno, ou se abrange milhares de metros. Uma organização inteligente dos
produtos é o primeiro passo para o fluxo de pedidos funcionar com mais
agilidade e eficiência. Para isso acontecer, é recomendado o uso de
softwares de gerenciamento de armazéns (WMS), que auxiliam no controle do estoque
e, com a captura de dados, conseguem sugerir as melhores formas de
distribuição de produtos no centro de distribuição. O WMS pode identificar
quais produtos sairão mais na Black Friday e sugerir que eles fiquem na
frente do armazém, para serem expedidos mais rápido, por exemplo.
- Omnichannel veio para ficar: estratégia já muito conhecida no
varejo, grandes empresas do setor já mostraram os resultados da
omnicanalidade para o crescimento dos negócios. Integrar os diferentes
canais, como loja física, virtual, site, aplicativo e canais de
comunicação coloca o cliente como centro da operação, dando diferentes
possibilidades e opções para que uma compra seja realizada. Tecnologias
como um Sistema de Gerenciamento de Pedidos (OMS) podem ser aliadas para a
implementação dessa estratégia, pois integram todo o processo, da compra
até a entrega, oferecendo a melhor experiência para o cliente.
- Robôs para operar junto com seres humanos: outra tecnologia
relativamente nova no mercado, e que, sem dúvidas, deve estar no radar das
operações, é a implementação de robôs no armazém. Os Robôs Móveis
Autônomos (AMR) podem auxiliar os funcionários dentro do centro de
distribuição, pois realizam a movimentação dos paletes (prateleiras que
armazenam os produtos) para os humanos, permitindo que as pessoas sejam
realocadas para tarefas mais nobres, enquanto os robôs fazem todo o
deslocamento e trabalho pesado. Com isso, os pedidos podem sair do armazém
mais rapidamente, e com menos margem de erro.
- Agilidade na entrega dos pedidos: segundo a pesquisa da Dito e
Opinion Box, na Black Friday do ano passado, o e-commerce foi o canal pelo
qual as pessoas mais compraram (43% dos entrevistados optaram pelas lojas
virtuais). As compras on-line, intensificadas após a pandemia, vieram para
ficar. O consumidor quer receber o pedido em poucos dias, até mesmo horas.
Na corrida das entregas, ganha aquele que levar o pedido até a pessoa o
mais rápido possível, sem danificação na embalagem ou envio do produto
errado, para que a experiência de compra seja um sucesso do começo ao fim.
Sendo assim, além de organizar o estoque do centro de distribuição, para
que a expedição seja rápida, os processos da transportadora também devem
estar alinhados, para que a agilidade aconteça de ponta a ponta na cadeia.
- Conheça o perfil do consumidor: entender quem é o consumidor, os
hábitos de consumo, o que ele espera das lojas e da data de maneira geral,
é essencial para traçar estratégias e garantir que o planejamento para a
Black Friday 2024 seja o mais assertivo possível. Para isso, é necessário
fazer uma pesquisa de mercado, mapear concorrentes e entender como eles
estão fazendo isso e buscar por maneiras de conquistar o público, por meio
de uma comunicação efetiva e em diferentes canais (o planejamento de
marketing entra aqui).
“Não são apenas fatores isolados que alavancam um negócio, é um conjunto
de ações, pesquisas e investimentos que o fazem crescer. Falando
especificamente da Black Friday 2024, é importante que cada varejista entenda
bem o próprio negócio, o que está dando certo e o que não está; quais as
prioridades a serem resolvidas; quais investimentos fazer, além de estar atento
às movimentações e tendências do mercado. O setor e os consumidores aguardam
ansiosos as vendas desse ano”, completa Lenz.